TRT promoveu uma reflexão sobre os direitos sociais no show “Justiça de Paz e Pão”

quarta-feira, 9 de Outubro de 2013 - 13:17
Redator (a)
Wanda Cunha

Antes do show, a desembargadora presidente, Ilka Esdra Silva Araújo, fez a entrega dos diplomas de outorga do Selo de Qualidade em Prestação Judiciária às varas trabalhistas que conseguiram alcançar os melhores resultados nas metas estabelecidas para os indicadores da atividade jurisdicional, previstos no Planejamento Estratégico do Tribunal para os anos de 2011 e 2012. Foram premiadas as Varas do Trabalho de Chapadinha (1º lugar), Caxias (2º lugar) e Presidente Dutra (3º lugar), que se destacaram em 2011. Em 2012, a outorga do Selo foi para as Varas do Trabalho de Chapadinha (1º lugar), 1ª de Imperatriz (2º lugar) e de Timon (3º lugar).

“Mané da Roça era um lavrador/Gente do mato, do campo uma flor/Rosa da vida, semente de luz/Fruto da lida que a terra produz/Era Mané, era Pedro era João/Mandioca, milho, farinha e feijão...” Com um repertório de poesias sociais que dançaram sobre as melodias  contagiantes de compositores maranhenses, o Tribunal Regional do Trabalho  do Maranhão (TRT-MA) levou para o Teatro Arthur Azevedo, ontem (8), a partir das 20h, o Show “Justiça de Paz e Pão”. Além de artistas maranhenses, participaram do espetáculo servidores da Justiça do Trabalho. A presidente do TRT, desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo, fez a abertura do evento.

O show “Justiça de Paz e Pão” trouxe como tema os direitos sociais, em comemoração aos 70 anos da CLT e 25 anos da Constituição Federal de 1988. O público-alvo foram magistrados, servidores, terceirizados, estagiários da Justiça do Trabalho no Maranhão. A atividade faz parte da segunda edição do Projeto Cantos e Encantos, desenvolvido pelo TRT-MA e que integra o planejamento estratégico da instituição. A primeira edição ocorreu em setembro do ano passado, também no TAA, em comemoração aos 400 anos da Fundação de São Luís. O show começou com a poesia do repentista Moizés Nobre: “Com Cantos e Encantos/ vamos cantar nossos direitos, irmão,/ pois Justiça do Trabalho/ é justiça de paz e pão”.

Os direitos sociais, no TAA, também contaram com o tempero da inspiração musical de poetas já conhecidos nesta terra de Athenas. O Mané, o Pedro, o João, por exemplo, são pessoas da vida no campo, que o poeta Joãozinho Ribeiro transmudou para sua música “Passamento”, que foi interpretada, no show do TRT, pela cantora Milla Camões. O poeta também fez uma participação especial, cantando com o coro do Tribunal sua famosa composição “Milhões de uns”.  “Flanelinha de Avião”, do cantor e compositor César Teixeira, foi interpretada pelo grupo de choro Tira-Teima. A música chama atenção para as crias da exclusão social, tais como os flanelinhas, que estão pelas ruas, nas esquinas.

Também, no palco, o respeito pela natureza tomou a forma da música instrumental oriunda do saxofone e das cordas do violão dos músicos Sávio Araújo e Luiz Júnior, levados pela inspiração da poesia-toada, do cantador Chagas, da Maioba, em favor da sustentabilidade: “Se não existe o sol/Como seria pra terra se aquecer? / E se não existisse o mar/Como seria pra natureza sobreviver/Se não existisse o luar/O homem viveria na escuridão...” Utilizando a mesma temática, os compositores Walasse Godinho e Renato Dionísio, do Boi Pirilampo, fazem um alerta em prol da Natureza: “Os rios estão secando/E as matas estão queimadas/O ar está poluído/E a terra saqueada...”. A música foi interpretada por Walasse Godinho, acompanhado do Boi Pirilampo.

“...Nas palafitas tem gente que vai/Tem gente que fica/Como a preamar/E a baixamar/De barriga cheia ou vazia...” Com essa metáfora da maré, entre a preamar e a baixamar da barriga (cheia ou vazia), que o compositor Naldinho Pinheiro denunciou, no palco, as angústias por que passam os palafitados. Em “Luzes e Estrelas”, o compositor Inaldo Bartolomeu clamou pela igualdade e liberdade sociais: “Salve quem busca a igualdade/quem tem na luta o ideal/ver as nações em liberdade/mundo de justiça social”. No mesmo eixo temático, o compositor Walterline Soeiro bradou pela igualdade racial na voz de Carla Algaves: “És pelos direitos humanos da mulher negra, és contra a maldade e grilagem nas terras de preto...”. 

O tema sobre a mulher esteve na música de Pereira Godão, cantada por Roberto Brandão: Mulheres, sempre mulheres, ardentes artesãs da vida...a parirem rosas”. “Meninos do Brasil”,de Mano Borges, também fez a diferença no show do TRT, com a interpretação de Ricardo e Luan Azoubel.  Já “Filhos da Precisão”, de Erasmo Dibell, foi uma atração nas vozes dos servidores do Tribunal Ronnie Carlos e Edvânia Kátia: “Pelas marginais passarão meninos guardando o país por quem batem os sinos se pelas catedrais os filhos da precisão pediram mais por outro destino”. Em “Meu País”, o servidor Isaac Barros deixou  sua marca registrada com composição de sua lavra: “Deus me livre e guarde; Que o amor acabe amanhã/Que a luz do sol não brilhe/E as estrelas deixem de brilhar...”

 “A Cidadã e o Sorriso Equilibrista” levou para o Arthur Azevedo a melodia do compositor Oberdan Oliveira e a letra da servidora e poetisa Wanda Cunha, que faz uma abordagem crítica aos direitos constitucionais dos trabalhadores: “A cidadã de 88 ainda diz que com meu salário dá pra eu ser feliz. Talvez, porque sou trabalhador e, igual ao doutor, também dou receitas pra acabar com a dor. Afinal, sou artista, e igual ao dentista, obturo a cárie do sorriso equilibrista”. A música foi interpretada por Oberdan Oliveira. 

E para fechar com chave de ouro esse repertório sobre os direitos sociais, o coro de servidores do Tribunal cantou com a artista Lena Machado a “Oração Latina”, do poeta César Teixeira. Ao final tudo foi “uma canção de vida(...) E diga sim a quem nos quer abraçar. Mas se for pra enganar, diga não (...) Com as bandeiras nas ruas ninguém pode nos calar...”

TRT CANTOS E ENCANTOS400 ANOS – Esta é a segunda edição do TRT Cantos e Encantos. A primeira edição, TRT Cantos e Encantos – 400 Anos  ocorreu no ano passado, também no TAA, em comemoração aos 400 anos de São Luís.  TRT Cantos e Encantos – 400 anos é um dos finalistas do IX Prêmio Nacional de Comunica e Justiça de 2013, na categoria Projeto Temático. Os vencedores do prêmio serão conhecidos nesta sexta-feira (11), durante o encerramento do IX Congresso Brasileiro de Comunicação da Justiça (Conbrascom), realizado pelo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça (FNCJ) nos dias 10 e 11 deste mês. O objetivo do evento é ampliar o debate sobre a comunicação na Justiça.

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