Trabalho infantil dominou as apresentações culturais da culminância geral do TRT na Escola

quinta-feira, 21 de Março de 2013 - 12:46
Redator (a)
Suely Cavalcante
Des. James Magno na abertura da culminância; juiz Carlos Eduardo lança o TRT na Escola 2013; e magistrados e procuradora do trabalho entregam placas
Alunos fizeram o show na culminância geral

Trabalho infantil retratado em paródia, jogral, peça teatral, funk, rap, dança de rua e marchinha de carnaval. O tema dominou as apresentações culturais dos alunos de sete escolas da rede pública durante culminância geral do Programa TRT na Escola, realizada na tarde desta quarta-feira (20), no Teatro da Cidade. Com criatividade, sensibilidade, seriedade e ética, os alunos mostraram os danos e outros aspectos negativos do trabalho infantil, que impede o acesso das crianças à escola e de ter uma infância normal e saudável.

Ao fazer a abertura do evento, o desembargador James Magno Araújo Farias, diretor da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) e patrocinador do TRT na Escola, falou da satisfação com os resultados obtidos com o programa em 2012, que contemplou 3113 alunos e 102 professores de oito escolas da rede pública das zonas rural e urbana de São Luís. “A educação, a ética e cidadania vão transformar a sociedade”, enfatizou o desembargador, ao agradecer o engajamento de professores, gestores e alunos das escolas, bem como de magistrados e servidores do TRT-MA que contribuem para a realização do programa.

Segundo James Magno, as ações do TRT na Escola serão ampliadas com a inclusão de visitas dos alunos aos órgãos da Justiça do Trabalho na capital. Para o desembargador, o desenvolvimento do programa evidencia a preocupação do judiciário trabalhista maranhense com o exercício da cidadania e com a transparência. James Magno renovou o convite às escolas para continuar participando das atividades do TRT na Escola neste ano, enfatizando a continuação do programa com a proposta de sempre melhorar.

Na sequência, houve a apresentação de teatro de bonecos com o tema “Assédio sexual pela internet”. Os alunos do 8º ano da Unidade Integrada Vila Embratel denunciaram os abusos praticados na internet, como, por exemplo, a pedofilia, e falaram sobre a necessidade de navegar na rede mundial de computadores com segurança e qualidade. Em seguida, com uma versão para a música Asa Branca, os alunos do 7º apresentaram a paródia “Brincar, estudar, viver.....Trabalhar só quando crescer!”, em que protestaram contra o trabalho infantil e defenderam os direitos da criança, entre os quais, estudo, lazer, proteção segurança, garantidos por lei.

O jogral “Trabalho infantil e seus prejuízos” apresentado por alunos do 8º ano vespertino da Unidade de Ensino Básico (UEB) Salomão Fiquene, no Tibiri, mostrou que o trabalho infantil afeta negativamente o comportamento físico, social e psicológico das crianças e adolescentes.

Uma poesia falando de segurança na escola, trabalho infantil, uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) para trabalhar com segurança, entre outros temas, foi a apresentação dos alunos do 6º da UEB Gomes de Sousa, da Vila Maranhão. Os alunos dos 7º, 8º e 9º anos da escola também apresentaram paródia sobre trabalho infantil. Houve, ainda, apresentação de rap (sobre direitos feminos, bullying) e dança de rua de alunos da mesma escola.

Os alunos do 9º ano da UEB São Raimundo apresentaram a peça “Erradicação do trabalho infantil”, incentivando a sociedade a denunciar esse tipo de trabalho, e não esperar somente pela justiça. Houve, ainda, apresentação de funk.

A UEB Prof. José Gonçalves do Amaral Raposo (Pedrinhas) teve três momentos. Os alunos do 8º ano apresentaram a paródia “direito de brincar e estudar”; o jogral “Trabalho infantil” e apresentação do grupo de dança de rua da escola.

Alunos da UEB Evandro Bessa, com a direção da professora Virgínia Cunha Val Quintan, fizeram a dramatização “Sou criança e preciso estudar”, baseada na Cartilha do Trabalhador da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho). As crianças denunciaram o trabalho infantil, que em muitos casos é incentivado pelos pais, ao mesmo tempo em que falaram da importância de estudar. O mesmo grupo apresentou uma marchinha de carnaval sobre trabalho infantil.

Os alunos da UEB Professora Rosilda Cordeiro (Quebra Pote) concluíram as apresentações culturais com paródias (8º e 9º anos) e uma peça teatral sobre trabalho infantil. Na peça, os alunos do 7º ano mostraram a situação de uma menina que veio do interior para a casa de tios na capital com o propósito de estudar, entretanto, ao invés de estudar foi obrigada a trabalhar como doméstica. A ficção mostrou uma realidade muito comum no Maranhão.

Como parte da programação, foram apresentados slides com a retrospectiva das ações do TRT na Escola e entregues placas aos representantes das escolas que participaram do programa. O juiz Carlos Eduardo Evangelista Batista dos Santos, coordenador do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania no Maranhão, fez o lançamento do TRT na Escola 2013. O magistrado lembrou o poder de transformação que tem a educação. Ele elogiou os trabalhos apresentados na culminância, salientando que os alunos conseguiram expressar, artisticamente, um tema tão doloroso quanto o trabalho infantil, e garantiu que os ensinamentos e lições serão levados para frente pelos pais, pela comunidade. Carlos Eduardo disse que em 2013 o TRT na Escola terá mais parceiros, confirmando o compromisso com a inclusão social e com a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna.


TRT na Escola - com o slogan “Educar é promover cidadania”, o programa TRT na Escola tem como público-alvo professores e alunos de escolas das redes pública e privada. Desenvolvido pela Escola Judicial TRT-MA, em parceria com o Programa TJC (Trabalho, Justiça e Cidadania), da Anamatra, e Associação dos Magistrados do Trabalho do Maranhão (Amatra XVI), o programa tem, entre outros propósitos, a difusão de conhecimentos sobre direitos e deveres, especialmente os trabalhistas, e a realização de debates sobre trabalho infantil e trabalho análogo ao de escravo.

Em 2012, as ações do programa foram desenvolvidas nas escolas Unidade Integrada Vila Embratel, Unidade de Ensino Básico Profª Rosilda Cordeiro (Quebra Pote), Unidade de Ensino Básico Haydê Chaves (Vila Esperança), Unidade de Ensino Básico São Raimundo, Unidade de Ensino Básico Evandro Bessa (Estiva), Unidade Integrada José Gonçalves do Amaral Raposo (Pedrinhas), Unidade de Ensino Básico Gomes de Sousa (Vila Maranhão) e Unidade de Ensino Básico Salomão Fiquene (Tibiri).

O desembargador James Magno Araújo Farias e os juízes do trabalho Bruno de Carvalho Motejunas, vice diretor da Escola Judicial e titular da VT de Bacabal; Carlos Gustavo Brito Castro, presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 16ª Região (Amatra 16); Fernando Luiz Duarte Barboza; Francisco Tarcísio Almeida de Araújo, titular da 7ª Vara do Trabalho de São Luís; Carlos Eduardo Batista dos Santos e Angelina Moreira de Sousa Costa ministraram palestras nas escolas.

O TRT na Escola alinha-se aos temas Acesso à Justiça e Política Institucional, contemplados no planejamento estratégico do tribunal.

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