Servidores aprendem Libras para receberem surdos contratados pelo TRT do Maranhão

segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011 - 14:18
Redator (a)
Valquíria Santana
Pedagoga Lídia Arouche e o intérprete Alberto Lima ministram curso de Libras para servidores da JT-MA
Os professores destacam a importância das expressões facial e corporal na linguagem dos surdos

Servidores do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), que vão recepcionar os surdos contratados pelo Tribunal para trabalharem em unidades do TRT e varas da capital, participam de hoje (24) até sexta-feira (28) do curso sobre Língua Brasileira de Sinais (Libras). A medida faz parte do Projeto Incluir, desenvolvido para atendimento e inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais, e que será lançado no dia 1º do próximo mês pela presidente do TRT, desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva. O curso de Libras está sendo ministrado pela pedagoga e especialista em educação especial, Lídia Maria Trinta Arouche, presidente da Associação dos Surdos do Maranhão (ASMA), e pelo intérprete de Libras, Alberto da Silva Lima. As aulas ocorrem no auditório do Fórum Astolfo Serra (sede das VTs da capital), no bairro Areinha. O TRT contratou 18 surdos e dois intérpretes para prestar serviços em unidades do tribunal e varas do trabalho de São Luís e de Imperatriz. Eles começam a trabalhar em fevereiro. A iniciativa é resultado de convênio com a ASMA. No primeiro dia do curso (24), Lídia Arouche e Alberto Lima falaram sobre o preconceito que existe em relação aos surdos, a diferença entre surdo e deficiente auditivo, as dificuldades que essas pessoas encontram para se comunicar, entre outras situações. “Nossa deficiência é apenas na audição”, afirmou a presidente da ASMA. Ela também deu orientações de como o ouvinte deve fazer para se comunicar com um surdo. “As expressões facial e corporal são muito importantes”, disse. A pedagoga explicou que o primeiro passo para a comunicação com pessoas surdas é demonstrar pela expressão facial, pela fala pausada, pelo apontar e pela comunicação artística o que se quer informar. Destacou que é importante saber também que nem todos os surdos fazem leitura labial, assim como nem todos utilizam a língua de sinais para se comunicar e que cada um tem suas especificidades. Conforme Lídia Arouche, a Libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão entre as comunidades surdas do Brasil. O decreto nº 5.626/2006, que regulamentou a lei 10.436/2002 que dispõe sobre Libras, também tornou obrigatória essa disciplina nos curso de magistério e fonoaudiologia. Determinou, ainda, a contratação de intérpretes em repartições públicas. De acordo com a ASMA, o TRT do Maranhão é o primeiro e único parceiro da associação a promover, em um só tempo, cursos de sinais e contratar portadores de deficiência auditiva, acompanhados de intérpretes que viabilizem sua comunicação. Incluir – o projeto está contemplado no planejamento estratégico do TRT-MA, no tema Acesso à Justiça e Efetividade, que busca a excelência e satisfação no atendimento a quem procura a Justiça Trabalhista. Também está alinhado ao tema Responsabilidade Social e Ambiental. Fotos: Ediane Monteiro

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