Palestra no TRT-16 esclarece sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA)

segunda-feira, 31 de Julho de 2023 - 9:54
Redator (a)
Suely Cavalcante
A juíza Juacema Aguiar (à direita) abriu o evento e agradeceu à palestrante Tereza Vale (à esquerda) por abordar tema tão importante.
Tereza destaca a relevância do diagnóstico precoce do autismo.

“A pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem muitas habilidades e potencialidades”, disse Tereza Vale durante a palestra “Entendendo o autismo. Ser diferente não é sinônimo de ser incapaz” realizada na manhã da quarta-feira (26/7). O evento foi aberto pela coordenadora do Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (MA), juíza Juacema Aguiar Costa, titular da 6ª VT de São Luís, destacando o apoio da administração do presidente do TRT, desembargador Carvalho Neto.
Organizado pelo do Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (MA), a ação ocorreu virtualmente por meio da plataforma do Google Meet, e contou com a participação de integrantes do quadro funcional do Tribunal, advogadas e advogados, estagiários e público externo, incluindo pessoas dos municípios de Pedreiras e de Igarapé Grande, localizado na região Central do Maranhão. A servidora Gisélia Castro, integrante do Subcomitê e responsável pela gestão Setor de Acessibilidade e Inclusão, fez a mediação do evento.
A proposta do encontro virtual foi compartilhar informações sobre o TEA a partir da experiência de Tereza, que é mãe de Arthur Vale, um rapaz autista de 21 anos de idade. “O fato de meu filho ter nascido autista não significa que não tem habilidades. Ele é graduado em designer e agora está cursando Jornalismo. Conseguiu desenvolver grandes habilidades e superar desafios”, afirmou. Conforme foi registrado durante a palesta, Arthur Vale colaborou no desenvolvimento da arte da palestra em parceria com a Divisão Assessoria de Comunicação do TRT16.
Para Tereza Vale, eventos como o que foi organizado pelo Subcomitê de Acessibilidade contribuem para desmistificar temas como o autismo, favorecendo famílias que têm integrantes com TEA, além de sensibilizar a sociedade para atuar a fim de promover a inclusão do autista.
Tereza iniciou esclarecendo que autismo não é doença, mas um transtorno complexo de desenvolvimento neurológico, composto de uma base genética de 97% a 99%, existindo 134 genes ligados ao autismo. É um distúrbio de neurodesenvolvimento atípico, que gera comprometimentos nas áreas de interação social e na comunicação e isso faz com que a pessoa com autismo fale menos, brinque menos e tenha tendência a ficar isolado. Porém, quanto mais cedo seja feito o diagnóstico e receba o tratamento adequado, a pessoa com autismo terá mais chance de melhorar suas habilidades funcionais e desenvolver sua inteligência e talento.
Segundo a palestrante, não há cura para o autismo, mas existe tratamento que é voltado para melhorar a funcionalidade, as habilidades de comunicação e reduzir comportamentos negativos. Por isso, a importância do diagnóstico e intervenções precoces, que significam ganhos significativos na função cognitiva e adaptativa da criança, uma vez que coincide com o período do desenvolvimento em que o cérebro está potencialmente plástico e maleável, ou seja, apto a receber mais informações e a se modificar.
Tereza disse ainda que a prevalência está sendo mais demonstrada. Em 2022, por exemplo, estatísticas mostravam que havia 1.298.439 autistas no Brasil, com prevalência maior em meninos.
A palestrante falou ainda sobre histórico do autismo, déficits manifestados com base em critérios de diagnóstico de TEA, padrões restritos, sintomas, evolução, níveis de gravidade, que vai do nível 1 ao 3, fatores de riscos, manifestações associadas, diagnóstico, tratamento, entre outros tópicos.
Ao final, a juíza Juacema agradeceu aos participantes e à Tereza pela palestra. “Foi uma manhã de aprendizado”. A magistrada parabenizou Tereza pelos grandes desafios de ser uma mãe atípica, proporcionando ao filho amor e apoio emocional indispensáveis para seu crescimento pessoal, acadêmico e profissional. Juacema Aguiar agradeceu ainda à servidora Gisélia Castro pela organização do evento.
Em seguida, a palestrante respondeu várias perguntas de participantes.
Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão do TRT-16
Ao realizar o evento, o Subcomitê teve como propósito promover uma sensibilização com a exposição de informações sobre o autismo, a fim de contribuir para proporcionar um ambiente incluso e dotado de conhecimentos relacionados à proteção e respeito aos direitos dessas pessoas. O evento observa o disposto na Política Nacional de Acessibilidade e Inclusão do Judiciário definida na Resolução CNJ 401/2021
Agenda 2030 da ONU
A ação foi alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 10 (ODS10) e 16 (ODS16) da Agenda 2030 da ONU, que visa empoderar e promover a inclusão social de pessoas com TEA.
Plano estratégico TRT-16 2021-2026
Além disso, a ação contempla o disposto na meta 3 do planejamento estratégico da Justiça do Trabalho no Maranhão 2021-2026, cujo propósito é reduzir barreiras do Tribunal com as pessoas que apresentam deficiência, dentre as quais as comunicacionais e atitudinais.
 

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