Escola Judicial exibe o filme “Amor Sem Escala”

sexta-feira, 17 de Outubro de 2014 - 13:25
Redator (a)
Rosemary Araujo
Revisor (a)
Rosemary Araujo

George Clooney e Anna Kendrick protagonizam o filme “Amor Sem Escala”, exibido pela Escola Judicial (EJud) do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), na tarde da última terça-feira (14), no auditório do Foro Astolfo Serra (FAS), sede das varas trabalhistas da capital, como parte das comemorações ao Dia do Servidor Público. A programação comemorativa está sendo realizada desde segunda-feira (13) e se encerra hoje (17). Estagiários do órgão também podem participar. “Amor Sem Escala” é um filme de 2009 dirigido por Jason Reitman, que também dirigiu “Obrigado por Fumar” (2005) e “Juno” (2007). Produzido nos gêneros comédia e drama, é uma adaptação cinematográfica do romance homônimo lançado em 2001 por Walter Kirn. 

No filme, Ryan (George Clooney) tem o emprego dos tempos atuais, que consiste em viajar pelos Estados Unidos demitindo pessoas de seus empregos. Como os patrões não têm coragem de fazer isso, pagam a firma onde Ryan trabalha. Claro que despedir pessoas está longe de ser o melhor emprego do mundo, mas Ryan também está longe de estar insatisfeito com sua vida e com sua rotina de trabalho. Aeroportos e hotéis o fazem se sentir em casa, muito mais do que quando ele está em sua própria casa. Ele não tem casa, na verdade, mas apenas um endereço para correspondência. Assim como não tem escritório, mas um endereço onde seu chefe tem um escritório. A vida de Ryan, pessoal e profissional, está no céu. Entre um voo e outro. Além disso, ele aproveita a chance de poder viajar bastante para acumular milhas. Seu estilo de vida é ameaçado com a chegada de Natalie (Anna Kendrick) na empresa. Ela tem um planejamento para cortar as viagens dos agentes, que, em vez de viajarem, fariam as demissões por uma webcam, cortando os custos de viagem e hospedagem. Claro que Ryan se opõe. Não apenas pela iminência de mudar sua vida, mas também pelo tratamento que as pessoas vão receber. Ele tem uma "arte" no que faz, incentivando os funcionários recém-demitidos a reagirem positivamente à demissão, serviço que não pode ser reproduzido pela câmera. Mas não apenas o serviço será implementado, como ele terá que levar a novata para aprender mais sobre o trabalho. 

Após a exibição, Anícia de Jesus Ewerton, servidora da EJud, conduziu um debate entre os participantes, a fim de analisar elementos cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, tanto nas suas relações pessoais e sociais, como também de trabalho.

Do ponto de vista do perfil laboral das personagens, o filme aborda aspectos relacionados à tecnologia e às mudanças no mundo do trabalho. Ryan é um funcionário dos tempos modernos, tendo sempre à mão um notebook como ferramenta de trabalho, mas reage com resistência ao ser apresentado a uma nova ferramenta de trabalho, a vídeo conferência. O estímulo da produção cinematográfica, neste ponto, é para a reflexão quanto ao fato de a tecnologia também evitar o contato direto com outros usuários, considerando que as informações no mundo moderno são buscadas no Google e sites de interesse da individual.  

O filme também ressalta a frieza atual das relações humanas no local de trabalho e na família, ao colocar que a comunicação, hoje, feita através do uso maciço da tecnologia, tem deixado os laços sociais frios. Nos dias atuais, não se termina um relacionamento com uma conversa a dois, nem se pede demissão de um emprego em uma conversa com o chefe. Nestas duas situações mostradas no filme, tudo é feito com uma simples mensagem enviada por um equipamento tecnológico, retratando bem como vêm sendo administrados os relacionamentos atuais: aperta-se um botão e tudo está encerrado. 

O debate também analisou a motivação, o desemprego e a saúde mental no ambiente de trabalho ao refletir sobre atitudes mostradas pelas personagens. 

Ryan, além da missão de demitir pessoas, também proferia palestras de motivação, tendo como argumento a mochila vazia... vazia de bens materiais e relacionamentos, pois a mochila cheia e pesada fica difícil de carregar.  Por outro lado, em um dos depoimentos que recebe, ouve um funcionário demitido relatar que conseguiu superar esse momento difícil de sua vida, a demissão, com o apoio da família e dos amigos, ou seja, foi com os laços sociais e afetivos construídos ao longo de sua vida que seu sofrimento estava sendo suportado. Logo, pode-se pensar que cada um, diante de sua singularidade, sabe quais bens materiais e relacionamentos podem retirar de dentro da sua própria mochila.   

O filme aborda, ainda, a questão do desemprego mundial, onde centenas de pessoas perdem seus empregos, depois de longos anos de trabalho em uma mesma empresa, levando-os a grande sofrimento, com algumas chegando a atos extremos como o suicídio. Diante dessas situações, a questão da saúde mental entra em discussão, demonstrando, assim, a fragilidade do ser humano diante de algumas contingências vivenciadas.

Programação – Na manhã desta sexta-feira (17), último dia das capacitações para servidores, pelas comemorações do Dia do Servidor, o juiz titular da 2ª Vara do Trabalho de São Luís, Saulo Tarcísio de Carvalho Fontes, ministra o curso “Atuação Judicial em Matérias Relacionadas ao Meio Ambiente do Trabalho e Seus Efeitos”, no auditório do FAS, encerrando a programação da semana.

 

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