3ª Jornada de Trabalho Seguro destaca relação entre doença mental e trabalho

sexta-feira, 5 de Maio de 2017 - 12:13
Redator (a)
Gisélia Castro
Médico do trabalho Wolfran Bastos
Palestra foi acompanhada atentamente por uma plateia que lotou o Auditório Ari Rocha

O número de afastamentos do trabalho por motivo de transtornos mentais tem aumentado no Brasil. No Maranhão, a situação não é diferente. Entre janeiro e setembro de 2016 a Previdência Social registrou a emissão de 38 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) com diagnósticos de episódios depressivos leve, moderado e grave e transtorno misto ansioso e depressivo. Entre os trabalhadores atingidos estão gerentes de bancos e funcionários dos Correios. 
Os dados foram apresentados pelo médico e auditor fiscal do trabalho aposentado, Wolfran Bastos, durante a 3ª Jornada de Trabalho Seguro, na quinta-feira (4/5), na palestra A Doença Mental Relacionada ao Trabalho. A jornada é uma iniciativa da Comissão Regional de Prevenção de Acidentes de Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA). 
De acordo com Wolfran Bastos, os registros apontam para a relação trabalho e transtornos mentais manifestados em doenças como demência, delirium e alcoolismo crônico. São doenças que podem ser desencadeadas a partir da exposição continuada a produtos químicos, mas também em decorrência de relações de trabalho danosas. 
Wolfran Bastos chamou a atenção para a atual classificação de doenças adotada pelo Ministério da Saúde denominada Schilling, que  envolve três grandes grupos de patologias relacionadas ao trabalho: Grupo I, Grupo II e Grupo III. De acordo com o médico, a classificação Schilling ajuda a estabelecer a relação entre adoecimento e trabalho, permitindo identificar causa, contribuindo, desse modo, para auxiliar na prevenção das doenças ocupacionais. 
Ele destacou a necessidade de procedimentos que devem ser praticados pelas empresas como a elaboração do Plano de Prevenção do Adoecimento Mental no Trabalho e a implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Alertou que tais programas de saúde do trabalhador favorecem o reconhecimento dos riscos ocupacionais e devem ser avaliados de forma contínua e eficiente. Destacou também que as empresas e organizações são responsáveis pela elaboração e divulgação do Relatório Anual do PCMSO por intermédio da chefia imediata, da comissões de segurança e saúde no trabalho, Cipas (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e sindicato. 
Fiscalização - A segurança no trabalho deve também ser fiscalizada pelo trabalhador. Segundo Bastos, é importante conhecer o ambiente de trabalho e desenvolver ação pró-ativa juntos aos médicos da segurança no trabalho. A prevenção também se faz por intermédio de questionamentos e de informações sobre danos ocupacionais resultantes de contatos com produtos químicos, bem como sobre relações de trabalho que podem fragilizar a saúde.
Após a palestra, houve apresentação da esquete intitulada Depressão com o ator Josimael Caldas, enfocando a temática sobre transtornos mentais da 3ª Jornada de Trabalho Seguro.
 

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