Reflexão sobre autocuidado e discussão sobre gênero e direito das mulheres foram pautas do último ciclo de palestras realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16a Região (MA), como parte da campanha em homenagem às mulheres, denominada de “Fortalecendo Mulheres na Luta contra a violência doméstica”. A iniciativa, desenvolvida ao longo de todo o mês de março, finalizou na última sexta-feira (22/3), no auditório do Fórum Astolfo Serra, com as palestras “Eu como centro da minha vida”, apresentada pela psicóloga Sandra Lima, e “Causas e consequências da violência contra a mulher: como mudar essa realidade?”, ministrada por Bruna Barbieri, doutora e mestre em Direito.
A diretora-geral do TRT-16, Fernanda Marques, realizou a abertura do evento enfatizando a relevância da presença do público feminino do Tribunal, composto por magistradas, servidoras, terceirizadas e estagiárias. Fernanda Marques relembrou as atividades que foram promovidas ao longo do mês, destacando a participação das mulheres como o pilar principal para que a campanha alcançasse grande êxito.
Durante sua palestra, a psicóloga Sandra Lima discutiu sobre o autocuidado e a importância de a mulher direcionar o seu olhar para si, enfatizando que a prática de priorizar suas necessidades deve estar em primeiro plano, bem como aprender a respeitar os próprios sentimentos e seus desejos pessoais. Sandra também chamou atenção para os padrões de beleza da sociedade e os impactos negativos da comparação com o próximo, questões essas que resultam em uma sabotagem emocional que impossibilitam o desenvolvimento de sonhos pessoais e profissionais.
A psicóloga também propôs que o público feminino presente comece a planejar seu autocuidado, através de uma iniciativa de olhar e verificar a sua agenda diária de compromissos, para começar a dar espaço para o planejamento de atividades que melhorem o psicológico e a autoestima, gerenciando melhor a sua rotina.
Em seguida, Bruna Barbieri iniciou o debate sobre “Causas e consequências da violência contra a mulher: como mudar essa realidade?” fazendo uma contextualização acerca da história da mulher na sociedade e as noções equivocadas, destacando, sobretudo, a inferioridade sofrida pelas mulheres em comparação com os homens, não só em relação ao espaço de oportunidades oferecidas no mercado de trabalho, como também na falta de direitos básicos de liberdade e modo de viver. De acordo com Bruna, essa visão do passado reflete em ações da atualidade que são normalizadas e reproduzidas.
Bruna também falou sobre a importância de melhorar o senso de identificação de violências sofridas pelas mulheres, pois a normalização de preconceitos no âmbito familiar, empresarial e trabalhista, são resultados de um estereótipo que deve ser combatido pela sociedade. Além disso, é necessário reconhecer as formas de violência menos debatidas, como a violência obstétrica que é, por diversas vezes, invisibilizada.
A juíza do Trabalho Liliana Bouéres, vice-coordenadora do Subcomitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina, marcou presença no evento e ressaltou o impacto positivo que a campanha consegue atingir ao alcançar a vida das mulheres que fazem parte do Tribunal e do público externo. A magistrada também enfatizou sobre os objetivos de conscientizar, alertar, denunciar e, sobretudo, ter empatia para ajudar as vítimas.
A Divisão de Assessoria de Comunicação Social do TRT-16 disponibilizou um plano de comunicação com o detalhamento das atividades que foram desenvolvidas ao longo da campanha. O plano também apresenta ações silenciosas para o pedido de socorro, direcionadas às mulheres vítimas de violência doméstica. Conheça o plano.
Certificado
A Escola Judicial emitirá certificados para os inscritos nas palestras. Os participantes devem acessar o Portal da EJud16 para responder um questionário de avaliação pós-evento, acerca dos conteúdos e conhecimentos adquiridos.